Não me importavam as horas, eu só queria ouvir te ouvir. Foi
tão rápido : a sua rispidez, a minha
vergonha e Carla como sempre sendo a amiga a me proteger, jogando meu celular
dentro do copo de cerveja. Não tive forças para reclamar.
A primeira vez em que saí depois de nós me rendeu um celular
destruído, uma melhor amiga decepcionada e o coração ainda mais dilacerado.
Voltei para casa bêbada de cerveja e frustração.
Acordei hoje e tocar o chão deixou meus pés doloridos. Mesmo
com o sol invadindo meu quarto voltei para a cama, o mínimo conforto que meu
corpo precisava, já que para a ferida que faz meu orgulho sangrar parece não
haver cura.
Consigo te imaginar rindo dessas primeiras linhas que te escrevo , suas piadas previsíveis sobre minha
mania de ser dramática, talvez com o mesmo deboche com que atendeu meu
telefonema de ontem.
Ponho no papel as palavras que minha garganta dolorida e
seca pela ressaca desejava te dizer. Talvez eu esteja tentando voltar aos
nossos tempos de bilhetes pelo quarto, dos post-its nos notebooks, das
mensagens de texto safadas durante o trabalho.
Mas esse é um caminho que eu não posso percorrer sozinha e
então me pego pateticamente escrevendo mais uma carta que guardarei no fundo da
gaveta onde os presentes que você me deu ainda parecem me olhar com pena da
mulher que me tornei. E aqui se vai mais uma folha desperdiçada, mais uma prova
da saudade que se tornou minha sombra, a companheira das mais indesejadas.
Sim, ainda insisto, sim ainda sofro, e sim, claro que ainda
te amo!
Sua, e sempre sua, em todas as noites, as manhãs e madrugadas!
<3
Lindo, lindo de viver...
ResponderExcluirAmei demais!!!
Maravilhoso Parabéns menina talentosa!!
ResponderExcluirDébora, que texto! Eu consegui ver a personagem sofrendo de verdade. E as cartas, de certa forma, ajuda superar. Sei que as cartas e presentes estão com pena da personagem, mas mesmo assim, acho que é uma recurso de colocar para fora o que está sentido. Beijos!
ResponderExcluirBelo texto!
ResponderExcluirBjs
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